logo
Sindicato das Agências de Propaganda do Estado da Bahia.
Rua Senador Theotônio Vilela, número 110, Edifício Cidadella Center II, Sala 407, Brotas Salvador- Bahia
(55) 71 3354 4138
sinaprobahia@sinaprobahia.com.br
Siga-nos
Siga-nos

(71) 3354-4138

Rua Senador Theotônio Vilela, Ed. Cidadella Center II, Sala 407

Seg - Sex 9.00 - 18.00

Um olhar sobre o Carnaval

Um olhar sobre o Carnaval

Na contagem regressiva para o Carnaval, o Sinapro-Bahia traz como convidado um dos grandes nomes do Carnaval de Salvador: Pedrinho Da Rocha. O publicitário e designer trabalha, desde 1978, na criação de fantasias, trios elétricos, capas de discos, campanhas publicitárias e icônicas marcas, que estão presentes até hoje na folia. Serão duas colunas com textos que fazem parte de sua exposição “Um Olhar sobre o Carnaval”, onde conta, de forma sintética, as seis décadas que transformaram o Carnaval de Salvador de um evento percussivo e provinciano a uma das maiores festas do planeta. Para começar, os anos de 1950, 1960 e 1970.

 Anos 1950 – O Carnaval de Salvador já fervilhava em bairros como Tororó, Garcia, Rio Vermelho e Ribeira…. mas era no Centro da Cidade, na Rua Chile, que os grandes clubes desfilavam com seus carros alegóricos e foliões. Blocos de inspiração africana como Filhos do Congo e Filhos de Ghandy, já davam o tom da musicalidade afro. Foi no meio das fantasias de inspiração europeia que 2 amigos desfilaram em cima de um Ford, modelo T, tocando frevos pernambucanos amplificados com suas guitarras elétricas. Tudo invenção deles. No painel, reproduzimos cena contada pelo próprio Osmar Macedo: a velha Fubica havia quebrado em frente à Praça da Piedade – disse ele – mas o povo não deixou o carro parar e começou a empurrar. Foi assim que Dodo & Osmar, em 1950, inventaram a maior ideia do carnaval: o trio Elétrico

Anos 1960 – Essa foi uma década mágica: Beatles, Tropicália, Hippies e do início da contracultura, e o Carnaval de Salvador atraía toda essa galera que desejava liberdade. Até a estrela do rock americano, Janis Joplin, apareceu por aqui. A irreverência encontrou no Carnaval de Salvador um ambiente maravilhoso para novas ideias. Aos poucos, as fantasias de Pierrôs, Colombinas, Ciganas e outras de inspiração do carnaval Veneziano foram dando espaço para os “caretas” e as fantasias de “morto”, ou “mortalhas”, como ficaram conhecidas. Blocos como “Os Internacionais”, “Filhos de Gandhy”, “Previsão”, Barroquinha Zero Hora”, “Os Corujas”, “Apaches do Tororó” eram as grandes atrações na Avenida. No final da década, o trio elétrico também ganhou relevância com o grande sucesso da composição “Atrás do Trio Elétrico”, de Caetano Veloso.

Anos 1970  – Os anos 70 prometeram uma revolução e ela veio. Novos blocos como o Jacú, Barão, Top 69 e Sniff trocaram suas fantasias tradicionais pelas “mortalhas”, que proporcionam mais liberdade de movimento e eram fáceis improvisar. A essa altura as “mortalhas” já não utilizavam mais o capuz e deixaram para trás as cores fúnebres e ganharam um colorido psicodélico. Elas agora mandavam. Disputando um segundo lugar, vinham os macacões, fantasias adotadas pelos Bloco do Rato e Traz-os-Montes. Em 1972, Orlando Tapajós, grande construtor de trios elétricos, presta uma emocionante homenagem a Caetano Veloso, na sua volta do exílio, com um icônico trio elétrico batizado de “Caetanave”. O grupo “Os Novos Baianos”, “Armandinho, Dodô e Osmar” e, depois, em carreira solo, Moraes Moreira, formam a trilha sonora do final da década. A partir de 1977, os trios elétricos começam a substituir as batucadas e orquestras nos tradicionais blocos do Carnaval de Salvador. Prelúdio de outra revolução.

Pedrinho Da Rocha é publicitário e designer do Carnaval de Salvador. Trabalhou na criação de fantasias, trios elétricos, capas de discos, campanhas publicitárias e icônicas marcas.