Home Office, office ou híbrido?
O home office, até antes da pandemia, era um tabu. Muitas empresas tentavam e desistiam no caminho, muitas nem isso, outras já tinham relativo sucesso. Com a pandemia, o mundo teve que se curvar à realidade e trabalhar em casa. Isso provou que, sim, era possível o trabalho remoto. A forma não foi a ideal por ter sido compulsória, mas rendeu aprendizados importantes.
Em meus livros, sempre sugeri o trabalho remoto, ainda que nunca com 100% dos funcionários. Continuo acreditando no formato híbrido. Posso estar errado e ter que admitir futuramente que empresas podem não ter sede, mas confesso que está difícil de aceitar. Vamos ver. As transformações têm acontecido em velocidades impensáveis nos últimos tempos e nada é definitivo, então provavelmente terei que me curvar a essa mudança.
A dificuldade em aceitar a ideia de 100% dos funcionários trabalhando em casa tem motivo bem claro. Minha carreira foi desenvolvida em ambientes coletivos e foi nesses ambientes onde todos se encontravam diariamente que aprendi e ajudei a implementar e disseminar os objetivos, as metas, as visões, a integração das pessoas e a cultura empresarial. Tudo isso, além de fundamental para o sucesso da empresa, era muito mais fácil de ser implementado e percebido por todos quando juntos em um mesmo ambiente. Continuo acreditando que o home office na forma de rodízio é o ideal para satisfazer os desejos dos funcionários e dar mais flexibilidade para algumas atividades. Percentual fora da empresa? 20% era o que eu propunha.
Hoje, com a experiência forçada pela Covid-19, acho que uns 30, 35% dos funcionários fora da sede, em forma de rodízio, atendem perfeitamente aos objetivos de ambos, empresa e funcionários, embora nada sobre esse tema possa se estabelecer como definitivo, já que se trata de mudança muito recente. A solução é ir experimentando, testando, mudando, recuando, avançando, até que se encontre um modelo ideal. Sempre de forma transparente com todos os envolvidos.
Antônio Lino – Administrador com especialização em Finanças. Diretor da Fenapro–Federação das Agências de Propaganda.