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Salvador 2025: Quando o Carnaval Virou uma Aula de Marketing (e os Outros Ainda na Pré-Escola) 

Salvador 2025: Quando o Carnaval Virou uma Aula de Marketing (e os Outros Ainda na Pré-Escola) 

Se em 2024 Salvador já havia dado um banho de realidade nos concorrentes, em 2025 a cidade não apenas manteve a coroa: enterrou os rivais com uma avalanche de cifras, criatividade e um caos publicitário tão intenso que até os trios elétricos pareciam gritar “Tentem acompanhar, se puderem”. Enquanto Rio, São Paulo e Recife ainda discutiam orçamento para glitter, Salvador transformou o Carnaval em um MBA de neuromarketing ao ar livre, com hologramas e QR Code nos coqueiros.

 Os números de 2025 são tão absurdos que até o IBGE precisou de um drink após divulgá-los. O Carnaval baiano movimentou R$ 7 bilhões (38% a mais que os R$ 5,1 bi de 2024), segundo a Fecomércio-BA. Para comparar, o Rio — que ainda se gaba de ter o “maior espetáculo da Terra” — ficou estagnado em R$ 4,9 bi, enquanto Recife e São Paulo mal chegaram à metade disso (R$ 3,1 bi e R$ 2,5 bi, respectivamente). Turistas? 3,5 milhões de foliões, incluindo 600 mil gringos que trocaram Veneza por Ondina. 

Se em 2024 as marcas brigavam por espaço, em 2025 declararam guerra nuclear. Dados da ABRAL mostram que Salvador absorveu R$ 410 milhões em publicidade — 28% a mais que 2024. O Rio, com seus R$ 260 mi, pareceu um ensaio de escola de samba sem financiamento. Para onde foi a grana? Cotas da Prefeitura de Salvador, Blocos, Trios independentes, Camarotes e OOH.

Enquanto o Rio apostou em hashtags e São Paulo em filtros de Instagram, Salvador transformou a cidade em um brainstorm ambulante. Segundo a ESPM, o folião foi exposto a 48 marcas por hora (em 2024 eram 32). A Brahma abriu a porta do Carnaval; o Bradesco deu uma copada de Stanley que, em certos momentos, havia mais copo na mão que lata; o IFood envelopou tudo pela frente — por pouco não escondeu o Farol da Barra (“La ele!”). Já a Acarajé da Dinha, case de marketing de guerrilha, vendeu 15 mil unidades em 3 dias com cupons no TikTok. 

No digital, a Bahia dominou 82% das menções ao Carnaval no país (Socialbakers). Enquanto isso, o desafio “#carnavalnorio” teve menos engajamento que vídeo de instrução de máscara de cílios. 

 Se em 2024 o excesso de propagandas assustava, em 2025 Salvador abraçou o caos como arte. A pesquisa Carnaval Recall Salvador 2025 Duplamente Pesquisas de Mercado revelou que 22,2% dos foliões não lembram de uma terceira marca espontaneamente.

 Em 2025, o Carnaval baiano deixou claro que não há concorrência — há um desfile de marcas tentando sobreviver ao tsunami de inovação (e ironicamente, muitas se perderam na própria festa). Enquanto outras cidades debatem drones vs carros de som, Salvador já testa hologramas de Carmen Miranda cantando com Caymmi para 2026. 

E pra você, qual marca conseguiu ser lembrada no meio desse delírio coletivo?  Quer saber? Está lá no Relatório “Carnaval Recall Salvador 2025”.

Por Adriano Sampaio, Analista de Inteligência de Mercado e CEO da Duplamente Pesquisas.