
Os ciclos da vida e do mercado
Por Marluce Barbosa
Como quem fecha um ciclo. É dessa forma que deixo a Record TV Itapoan, depois de 22 anos de trabalho e dedicação. Entre tantos sentimentos e mensagens de carinho de amigos e colegas na despedida, o sentimento de dever cumprido é o que me fala mais alto nesse momento. E não poderia ser diferente. Afinal, minha trajetória foi construída com muita responsabilidade, profissionalismo, mas, acima de tudo, com muito amor.
Minha jornada foi escolhida por mim mesma. Assim segui e seguirei. Entretanto, contei com apoio de muitas pessoas que me acompanharam nesses 22 anos, por isso, a gratidão é outro sentimento importante que me move. Por isso é necessário agradecer ao mercado publicitário e a todos os dirigentes das entidades que o compõem, agências, veículos e clientes. Vocês fizeram e ainda fazem parte da minha vida, da minha história. Agradeço a todos vocês que colaboraram muito para o meu crescimento profissional.
Sou muito feliz por, nesses 22 anos, ter ajudado a construir a emissora – que hoje é vice-líder no mercado – e que quando entrei, dava traço na audiência. Gosto de desafios. E ter entrado na Record foi um deles. Sentir o gosto do resultado desse trabalho é uma sensação indescrítivel! É muito bom ver que a emissora cresceu e saber que minha contribuição foi importante para isso. E agradeço por esse reconhecimento não só por parte da empresa, mas também do mercado.
Nesse tempo, grandes e inovadoras ações foram implementadas pela Record TV Itapoan. A transmissão do Campeonato Baiano de Futebol e a descentralização, em 2007, quando foi criada a Record Nordeste, juntamente com a Record News, para a produção de conteúdo sobre o Nordeste em nível nacional, foi dois momentos importantes que contaram com a minha participação. Não poderia deixar de mencionar a confiança em mim depositada por todos os diretores com os quais tive a oportunidade de trabalhar e aos membros do Conselho da Record Nordeste, o qual tive a honra de presidir até a minha saída da emissora.
Como uma mulher, negra, pioneira como líder de uma empresa de comunicação do porte da Record, sinto ter influenciado e empoderado outras mulheres, negras como eu, a lutar e a conquistar seus espaços nesse mercado de trabalho onde os postos de liderança ainda são reservados aos homens brancos.
Não tenho nada a lamentar. Apenas a agradecer. Obrigada à todas as minhas equipes: muita gente boa que passou e que ainda permanece na empresa. Obrigada à família Record. Deixo um abraço afetuoso a todos e digo até breve. Porque sempre que um ciclo que se fecha, outro se abre. A gente se vê por aí.