O PUBLICITÁRIO DO NOVO MUNDO
Estamos comemorando o Dia do Publicitário numa etapa de grandes transformações digitais, que mudaram a realidade e necessidade das agências de publicidade no Brasil e no mundo.
Voltando um pouco no tempo, era habitual grandes agências de publicidade criarem campanhas e envolverem o público pelos meios de comunicação, chegando a influenciar a agenda cultural. Slogans publicitários passaram a fazer parte do vocabulário das pessoas: “Não é uma Brastemp”; “Bonita camisa, Fernandinho!”, “Tomou Doril, a dor sumiu”.
Hoje, pela diversificação dos canais de comunicação digital, com as redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter, Linkedin, Tiktok, Whatsapp) e os canais do Google, conforme João Batista Ciaco no seu livro “A inovação no discurso publicitário”, fragmentaram-se as campanhas publicitárias como as peças de um quebra-cabeças, o que resultou em novas oportunidades, mas também em uma gama de apelos mercadológicos, que nos tornam alvo de mais de 9 mil mensagens comerciais/dia.
Para as agências, está mais complexo definir os meios de se comunicar com os públicos-alvo, devido à multiplicidade de canais e, para os anunciantes, surgiu a necessidade de se comunicar com o seu target em todos os canais nos quais ele gostaria de estar.
Tornou-se mais desafiador ser publicitário no novo mundo. Esse profissional precisa ser consultor/planejador dos anunciantes, além de criativo e com um verdadeiro conhecimento dos hábitos do consumidor, podendo viabilizar campanhas mais criativas e eficazes.
As oportunidades se ampliaram para os publicitários com o crescimento do meio digital que fez surgir um novo tipo de anunciante de médio porte, como empresas de educação, arquitetura e saúde, etc.
Isso quer dizer que empresas não anunciavam nas mídias offline, porque não dispunham de verba para isso, descobriram que poderiam ser anunciantes online.
O aumento do e-commerce é outra oportunidade para as agências médias e pequenas, por ser um canal necessário a produtos e serviços nesse novo mundo onde o consumidor quer a opção de compra no espaço físico e digital.
As transformações do mercado vão se estender à Internet das coisas, à inteligência artificial, mas será sempre o humano, com sua capacidade de gerar ideias e de um bom cross e transmedia, comunicando-se com equilíbrio nos devidos canais, que as empresas e anunciantes vão chegar ao público certo e garantir resultados.
O mundo pode ser novo, mas temos a capacidade de nos renovar a cada dia, aprendendo mais com as tecnologias e experimentando a sensação de insights que apenas os seres de carne, osso e sinapses criativas são capazes de produzir.
Vera Rocha Dauster
Presidente do Sinapro-Bahia}
CEO da Rocha Comunicação