O Podcast é tendência em crescimento e precisamos falar sobre isso
Há poucos anos, se você perguntasse para maioria das pessoas se elas ouviam algum podcast, a resposta seria não. Muitas, inclusive, nem ao menos saberiam do que se tratava. Estaríamos então falando de uma novidade? Na verdade, não. No Brasil, esse formato de áudio existe desde 2004, quando o primeiro podcast do país, o já extinto Digital Minds, foi ao ar.
Com o aparecimento e popularização de plataformas de streaming de áudio que passaram a ser os principais canais de consumo de podcasts, o formato se popularizou. O Spotify, por exemplo, foi além e nos últimos anos passou também a atuar como produtora de programas – como o Mano a Mano, do rapper Mano Brown, um dos programas mais ouvidos no país. Outro fator que determinou a atual fase de relevância do podcast no país se deu a partir de 2018, com a entrada de grandes veículos de comunicação neste mercado, como a Globo e a Folha de São Paulo, responsáveis por dois fenômenos diários de audiência, como O Assunto e o Café da Manhã, respectivamente.
As marcas então começam a ver o podcast como uma ferramenta de marketing, onde se tem a oportunidade de se comunicar com uma audiência segmentada e fiel ao conteúdo. O que deixa aos anunciantes, agências e profissionais da comunicação, um desafio: encontrar a forma certa de inserir o anúncio, de forma integrada ao universo temático do programa.
No podcast, spots e jingles, tradicionais formas de anúncios no rádio, não funcionam tão bem, o que força o mercado a pensar outras possibilidades de anúncios mais adequadas, como os informes publicitários e as pautas patrocinadas. O informe publicitário acaba inserido nos momentos iniciais ou no meio do programa e nota-se o cuidado em preservar a linguagem e identidade dos apresentadores, que geralmente dão voz ao anúncio, o que aproxima o público. Já as pautas patrocinadas são menos recorrentes, mas tendem a ser uma opção interessante, já que dão a oportunidade de aliar a marca a conteúdos relevantes para a audiência.
Aqui no estado, um levantamento realizado em 2021 pelo Observatório da Produção Audiovisual e Audiofônica na Bahia, grupo de pesquisa da Unijorge, apontou que mais de 100 podcasts são produzidos regularmente, dos mais variados segmentos, com predileção pelos programas de notícias e comportamento. Os programas O que a Bahia quer saber e Umbu são alguns dos mais lembrados pela audiência. E um dado chama atenção: dos 69,9% dos respondentes que indicam consumir o formato, 65,1% não conhecem nenhum podcast baiano. Aqui fica clara uma oportunidade: produtores e marcas, uni-vos! Um mercado em expansão e pouco explorado na Bahia os espera.
Leonardo Bião – Professor dos cursos de Comunicação da UNIJORGE. Doutorando em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA.
