Entenda a difícil tarefa de gerir o seu próprio negócio
A força do empreendedorismo no país e seu papel na geração de renda dos brasileiros é incontestável. Em 2021, foram abertas cerca de 800 mil empresas de diversos portes, como alternativa à falta de oportunidades de emprego ou para melhorar a renda, ou, como projeto de vida, ou plano complementar. Seja qual o motivo, há um desafio comum: como garantir a sobrevivência do seu negócio, dar longevidade e fazer com que seja lucrativo e bem-sucedido.
São inúmeros os obstáculos no caminho. A instabilidade do consumo, a alta acelerada dos preços e a carga tributária elevada e complexa são apenas os mais alardeados, fazendo com que muitas empresas não consigam levar o negócio adiante.
São muitos os aspectos para uma boa administração. O papel dos sócios na gestão, a velocidade na entrega do produto como fator que pode ampliar o lucro, o planejamento do negócio e um orçamento, gerenciamento do fluxo de caixa e a gestão de pessoas, incluindo o modelo home office.
Os conceitos básicos sobre gestão são para qualquer tipo de companhia, o que muda é apenas a complexidade, dependendo do tamanho e da atividade de cada uma, sendo que as pequenas são mais leves e flexíveis, portanto, mais fáceis de mudar de rumo.
Há pontos fundamentais a todas, ter uma equipe de primeira linha e sócios comprometidos com o negócio e sua perpetuação; manter o olho no cliente e atenção à gestão financeira; investir em tecnologia, inovação na forma de operar e na qualidade do produto a ser entregue, dos serviços ou dos manufaturados, além de dar atenção especial às pessoas, o mais valioso ativo da empresa.
O planejamento é fundamental, tenha o formato de um business plan ou até o caráter mais informal de uma “conta de padaria”, desde que se faça o cálculo de quanto o negócio pode render efetivamente, descontadas todas as despesas e considerando quanto é preciso vender a cada mês, ou mesmo por dia, para que as despesas sejam pagas e haja algum lucro.
São muitos os casos de empreendedores que decidem abrir um negócio imaginando que ele se pagará, mas sem fazer a conta de quantos clientes deverão ser atendidos ou quantos produtos terão que vender para que a conta feche no final do mês com o lucro desejado. Tem empresas que só se mantiveram em atividade por poucos meses, por falta de um planejamento e ou mesmo por não terem feito a tal “conta de padaria”.
Mesmo quando os negócios parecem bem, é preciso pensar em mudanças. Por isso, não é exagero dizer que o negócio deve ser repensado a cada três anos, inclusive avaliando-se a possibilidade de começar do zero, de achar novos caminhos para a empresa se manter ativa, rentável e valorizada. Isto pode exigir que se repense o business plan, os produtos, a visão de futuro, a relação com consumidores ou clientes e, também, o relacionamento com os funcionários.
Então, se você é um empreendedor ou pensa em abrir seu próprio negócio, não esqueça: desenvolver uma gestão adequada pode ser a diferença entre o sucesso ou o fracasso.
Antonio Lino Pinto é consultor, administrador e sócio da Viramundo Consultoria em Gestão, e autor do livro “Gestão para Empreendedores”.