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Superar barreiras para garantir inclusão

Superar barreiras para garantir inclusão

Em 2017 foi criada a Lei nº 13.585 que instituiu oficialmente no país a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, a ser celebrada anualmente no período de 21 a 28 de agosto. Tal iniciativa é fruto do incessante trabalho desenvolvido pelas Apaes no Brasil, que desde 1963 promovem atividades alusivas a este segmento neste período.

No Brasil, segundo dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), 24% da população tem algum tipo de deficiência, uma condição que atinge 45% de pessoas. Mesmo com um número significativo de pessoas com deficiência (PCD) a inclusão ainda é uma barreira a ser superada, e não é por falta de legislação, inclusive o país possui a Lei Brasileira de Inclusão, uma das mais avançadas, porém a prática apresenta grandes contradições.

As políticas públicas brasileiras para as pessoas com deficiência confluem de maneira transversal nas áreas de: assistência social, educação e saúde, sendo o tripé basilar para a conquista da tão sonhada autonomia e dignidade para estas pessoas. Instituições como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Salvador, cumprem um importante papel social para o desenvolvimento humano das PCDs. São em espaços como as Apaes que as famílias encontram o primeiro suporte e acolhimento para a estruturação da linha de cuidados essenciais ao desenvolvimento e habilitação das pessoas com deficiência.

A inclusão é dever do Estado brasileiro, contudo ela deve ser uma luta diária de todos. O pensamento inclusivo não intuitivo, portanto é necessário o exercício da empatia e desconstrução de crenças limitantes sobre a convivência e ocupação dos espaços pelas PCDs.

Ainda vivemos em uma sociedade não-inclusiva, com inversão de valores por banalizar aspectos da condição humana que define uma pessoa. É indispensável banirmos culturas e comportamentos impeditivos na ascenção de um segmento da população estigmatizados pela sua condição de ser.

As mídias sociais, os conglomerados de comunicação e nós, profissionais de mídia, precisamos assumir o compromisso com uma sociedade justa e fraterna, constantemente promovendo pautas e práticas potencializadoras da dignidade humana, colaborando para a formação de novos valores humanitários e solidários, com um olhar para dar oportunidades e assim superar a barreira do descrédito.

Tiago Abelardo
Jornalista e Coordenador de Comunicação e Captação de Recursos da Apae de Salvador